A labirintite ocorre em razão de uma inflamação do labirinto, que se localiza no nosso ouvido interno. A labirintite apresenta diversas causas.
Abaixo, vídeo com as causas da inflamação no ouvido interno e conheça os tratamentos para labirintite.
O ouvido humano possui dois componentes distintos: a cóclea, em formato de caracol, responsável pela nossa audição e o vestíbulo, responsável pelo nosso equilíbrio. Juntos, cóclea e vestíbulo, formam o labirinto. O comprometimento de algum desses componentes vai provocar sintomas popularmente conhecidos como labirintite.
A tontura é sentida porque o cérebro recebe informações erradas a respeito da posição no espaço, informações geradas pelo labirinto doente. Essa sensação de tontura pode dar a falsa idéia de que a pessoa está rodando (vertigem), caindo (desequilíbrio), sendo empurrados (desvio de marcha), flutuando (falta de firmeza nos passos) ou ouvindo ruídos, assobios, chiados, etc.(Zumbido).
A maioria das pessoas que se queixa de tontura pode ter um distúrbio do sistema vestibular (parte do labirinto responsável pelo equilíbrio). Quando a tontura é de tipo rotatório, quando ocorre mais em certas posições ou piora quando a pessoa muda a posição da cabeça, a probabilidade de uma alteração no sistema vestibular é maior ainda. Para esclarecer clinicamente se há ou não defeito do sistema vestibular é necessária uma avaliação otoneurológica.
Causas
São várias as causas das doenças labirínticas. Algumas vezes as vertigens pode ser o primeiro sinal de alguma doença ou estado orgânico importante. Como o ouvido consume grande quantidade de energia (açúcar e oxigênio), qualquer mínima falta dela já pode ser percebido como tontura. O exemplo desse tipo de tontura é quando a pessoa fica muito tempo sem comer, quando apresenta hipoglicemia. Entre os vários fatores que podem desencadear os sintomas da labirintite podemos citar:
- Nas alterações bruscas da pressão atmosférica, como no mergulho, nos aviões, nas subidas das serras ou montanhas...
- Nas alterações do metabolismo orgânico, como por exemplo na hipoglicemia, uremia...
- Na aterosclerose, por falta de irrigação sangüínea.
- Em doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão, reumatismos, etc.
- Nas doenças próprias do ouvido, como as otites.
- Devido a hábitos, como o excesso de cafeína, tabagismo, álcool ou drogas.
- Nas infecções por vírus ou bactérias devido ao estado toxêmico.
- Nos problemas de coluna cervical, por oclusão da artéria vértebro-basilar e nos problemas de articulação da mandíbula.
- No estresse, ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos.
- Devido aos traumatismos na cabeça.
- Por utilização de drogas que chamamos ototóxicas, como alguns antibióticos e antiinflamatórios que alteram as funções do ouvido.
- Devidos aos traumas sonoros por excesso continuado de ruídos.
Muitos pacientes com distúrbios labirínticos não apresentam nenhuma causa aparente. Neste caso procede-se uma boa avaliação otorrinolaringológica, a qual poderá revelar distúrbios na orelha externa, no tímpano, nariz e/ou garganta. Obstrução do ouvido por cera também pode ser uma causa comum de tontura, assim como a rinite alérgica, faringite ou sinusite.
Diagnóstico
Avaliação clínica e o exame otoneurológico completo são muito importantes para estabelecer o diagnóstico da labirintite, especialmente o diagnóstico diferencial, haja vista que as seguintes enfermidades podem provocar sintomas bastante parecidos: hipoglicemia, diabetes, hipertensão, reumatismo, doença de Mèniére, esclerose múltipla, tumores no nervo auditivo, no cerebelo e em áreas do tronco cerebral, drogas ototóxicas, doenças imunológicas e a cinetose, também chamada de doença do movimento que não tem ligação com as doenças vestibulares ou do labirinto.
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética, assim como os testes labirínticos, podem ser úteis para fins diagnósticos.
Tratamento
São vários os tipos de medicamentos que podem ser indicados no tratamento da labirintite:
* Vasodilatadores: facilitam a circulação sanguínea e melhoram o calibre dos vasos muitas vezes reduzido pelas placas de ateromas;
* Labirinto-supressores: suprimem a tontura pela ação no sistema nervoso;
* Anticonvulsivantes e antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação da serotonina);
* Drogas que atuam sobre outros sintomas, suprimindo a náusea, o vômito, o mal-estar.
Uma vez estabelecida a causa e estabelecido o tratamento adequado, a tendência é a doença desaparecer.
Recomendações
Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir as crises de labirintite. Eis algumas sugestões:
* Evite ingerir álcool. Se beber, faça-o com muita moderação;
* Não fume;
* Controle os níveis de colesterol, triglicérides e a glicemia;
* Opte por uma dieta saudável que ajude a manter o peso adequado e equilibrado;
* Não deixe grandes intervalos entre uma refeição e outra;
* Pratique atividade física;
* Ingira bastante líquido;
* Recuse as bebidas gaseificadas que contêm quinino;
* Procure administrar, da melhor forma possível, as crises de ansiedade e o estresse;
* Importante: não dirija durante as crises ou sob o efeito de remédios para tratamento da labirintite.
Emir Sader Biografia; Sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP - Universidade de São Paulo.Nessa mesma universidade, trabalhou ainda como professor, inicialmente de filosofia e posteriormente de ciência política. Trabalhou também como pesquisador do Centro de Estudos Sócio Econômicos da Universidade do Chile e foi professor de Política na Unicamp. Atualmente, é professor aposentado da Universidade de São Paulo e dirige o Laboratório de Políticas Públicas (LPP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é professor de sociologia. Pensador de orientação marxista, Sader colabora com publicações nacionais e estrangeiras e é membro do conselho editorial do periódico inglês New Left Review. Presidiu a Associação Latino-Americana de Sociologia (ALAS, 1997-1999) e é um dos organizadores do Fórum Social Mundial. Abaixo,entrevista exclusiva do sociólogo Emir Sader a TV Comunitária do Rio de Janeiro.